domingo, 31 de outubro de 2010

A chama

Quando tiver amor por alguém, 
sentirá a mais doce chama arder dentro de ti.
Sentirás o calor espalhar-se pelas tuas veias,
e quando se der conta, não será mais dono de si.
Chama proveniente de faíscas;  
as vezes inocentes, mas sempre ardentes.
Chama que não sobrevive se não for verdadeira;
que mostra-se traiçoeira quando não alimentada.
Quando não amada.
Quando é ameaçada de ser apagada pelas torrentes traiçoeiras da solidão.
Mas não é só ao calor que se resume o fogo.
Este queima, consome,
causa a furia de mil homens e traz a tona os seus mais derradeiros sentimentos, quando sofre por amar.
Há quem diga que a dor é o melhor lembrete para quem a sofre,
mas é também o veneno que consome o sofredor.
E do ardente passa para o gélido e sombrio, o coração desamado,
se perde no frio do ódio, no rancor  de não ter sido bem cuidado.


E num relance, os olhos, suas janelas, com outros ousam se cruzar novamente.
E de repente,
como a pólvora e o fogo, que num  beijo se consomem no ardor,
o coração congelado, encontra novamente o amor.


Queimado, este nunca esquecerá da origem de suas marcas, 
mas terá ciência da dor que transmitirá a quem não souber bem amar;
portanto será cuidadoso, 
terá zelo eterno para que a chama de seu novo amor jamais possa se apagar.

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